A Bíblia Hebraica Stuttartensia (BHS) é a unica edição critica completa da Bíblia Hebraica, com todas as variantes importantes do texto e as correções sugeridas apresentadas em notas no final do textos. É a sucessora da Bíblia Hebraica editada por Rudolf Kittel.
A diferença das edições criticas do Novo Testamento grego, a BHS não tem como finalidade reconstruir o texto original da Bíblia Hebraica.
Isso não seria possível baseando-se nos manuscritos disponíveis: os testemunhos textuais diretos das antiguidades são os manuscritos descobertos a partir de 1949 no deserto da Judeia nas cavernas de Qumrán no Mar Morto.
A exceção de uma só transcrição do Livro de Isaías que se conserva exclusivamente em fragmentos, na maioria dos casos só se pode identificar umas poucas palavras seguidas, e há poucas palavras soltas.
Hoje só se encontra disponíveis testemunhos textuais em quantidades significativas do redor do século III a.C.
A primeira tradução da Bíblia Hebraica ao grego, a chamada Septuaginta, se remonta a está época. Posteriormente outras traduções antigas surgiram como testemunhos indiretos adicionais, em particular a Vulgata em latim, a Peshitta em siríaco e o Targum em aramaico.
A transcrição completa de maior antiguidade da Bíblia hebraica que conhecemos hoje em dia é o Codex Leningradensis, que data o ano 1008; de quase uns cem anos, mais desapontadoramente já não completo, é o Codex Alepo do ano 930.
Os códices de Leningrado e Alepo representam dos casos destacados e exemplares do chamado texto massorético, a versão que foi, a versão que foi proclamada como definitivo pelos escribas judeus ao redor do ano 100 d.C.
Dado conta da natureza incompleta dos testemunhos textuais anteriores ao texto massorético, não é possível realizar um reconstrução do texto original da Bíblia Hebraica.
Para poder apresentar um texto fiel em uma edição impressa, é por tanto oportuno apresentar o texto massorético, com as variantes respetivas dentro de um aparato critico, e na combinação com propostas de correções do texto massorético quando proceda.
A BHS, que reflexa os achados de mais cem anos de investigações textuais do Antigo Testamento, se estrutura segundo este principio.
Hoje a BHS se utiliza em todo o mundo e se considera entre todas as denominações com uma edição altamente confiável a Bíblia Hebraica.
Proporciona a base tanto a informação acadêmica como para todas as traduções bíblicas fieis ao texto original.
Desde 2004, se viu substituída sucessivamente pela Bíblia Hebraica Quinta (BHQ), que inicialmente está publicando em fascículos individuais.